sábado, 10 de julho de 2010

Acabou, finalmente

Criei este blogue à pouco mais de um ano, nem sei bem porquê, nem como, mas lá aconteceu. 
Decidi que deveria colocar como título do meu cantinho "Bituca", tudo porque numa aula eu e umas amigas, um pouco fora do normal, decidimos atribuir às sete uma "alcunha", a mim calhou-me esta e devido à minha profunda falta de imaginação nem pensei muito sobre o assunto e lá ficou este nome.
Ao início escrevia o que me apetecia, sobre aquilo que sentia ou que não sentia, sobre qualquer coisa por mais idiota que fosse. Pronto, gostava de estar por aqui e de aqui ficar a perder horas a fio a escrever, a pesquisar, a visitar blogues, a comentar blogues, à procura de imagens, enfim, gostava realmente disto. E ainda gosto, mas não aqui.
No momento em que o vizinho, o conhecido, o amigo, o Beltrano que me conhece, de vista ou de forma íntima, soube da existência deste blogue, o meu cantinho, que era somente dedicado a mim, aos desconhecidos que por aqui passam, aos anónimos, às tais amigas, pronto, tudo bem, era feliz mas quando isso deixou de se verificar já não sabia que escrever, se podia ou não falar daquilo ou do outro, ou porque eram temas um pouco mais íntimos ou porque eram desabafos de um momento de fúria interior ou porque às vezes me apetecia dizer as maiores atrocidades, e não queria que tais pessoas soubessem aquilo que sinto, que penso, que faço ou deixo de fazer. 
Este blogue tornou-se limitado para mim. Demasiado, até. Não gosto, sou amante da liberdade e do anonimato. 
Não sou um Às no português, aliás, sempre foi a minha disciplina mais baixa, sempre detestei ter que fazer aquelas composições extensas nos testes, sempre. Foi sempre uma dor de cabeça para mim, e até foi com a intenção de melhorar essa minha incapacidade que criei um pouco este blogue, com o objectivo de me obrigar a escrever, obrigar-me a tentar exprimir através das letras, de palavras, o que penso e sinto.
Deixou de fazer qualquer sentido para mim este meu canto. Tenho pena, juro que tenho. Até porque fui a "Bituca" durante mais de um ano, para todos os efeitos. 
É claro que vou sentir saudades mas perdi a vontade de escrever aqui. 
Gostei imenso de visitar muitos dos blogues que agora conheço.
Quero agradecer a todos os que aqui passaram, deixando ou não o seu testemunho, também aos que nunca aqui puseram os pés sequer (com certeza que não perderam muita coisa), aos que sempre foram uns simpáticos e queridos para comigo, aos por quem senti um carinho especial, embora não faça a mínima de quem sejam (nem quero saber, adianto desde já, tudo tem um sabor melhor assim) e, até, aos que tenho um odeiozinho de estimação por conseguirem ser mais fúteis que eu, a olhos vistos, num momento em que eu tente atingir o meu esforço máximo de futilidade. 
E blábláblá whiskas saquetas...
Não sei se algum dia me irá apetecer voltar, não vou dizer "nunca irei cá voltar a pôr os pés outra vez" porque a minha mãezinha desde que eu era pequenina (ainda mais) me ensinou que isso não se deve dizer seja qual for a situação em que me encontre.
E, pronto, é um adeus com o sorriso nos lábios (mentira, não estou com sorriso nenhum mas faz de conta que sim para tornar isto mais bonito e sentimental).


P.S: Finalmente tive "tomates" para anunciar o meu adeus, o que já deveria ter sido à mais tempo.


Kisses

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Nem pensar



Sempre quis ter um cão mas cá em casa a entrada de animais de estimação era completamente proibida e sempre que falava nisso a minha mãe dizia-me 'mas tu tens um cão, aquele peluche, finge que é de verdade'. Óbvio que ficava irritada, amuada, e começava logo a fazer birrinha e argumentar as vantagens que seria ter um animal de estimação. Após um árduo esforço da minha parte a minha mãe respondia-me 'então vamos comprar um peixe'.
Eu queria lá agora um peixe. Para que é que serve um peixe? Mas, pronto, não reclamava, sempre era melhor do que não ter nem cão, nem peixe.
Ia toda contente comprar o tal peixe quando vi um que adorei, lindo, lindo, lindo, mas que não sei se foi o preço ou outra razão qualquer que não agradou à minha mãe que depressa me disse impaciente 'escolhe outro'. Pronto, está bem. Escolhi, decidida, outro. Para a minha mãe continuava a não estar bem.
Já me sentia um pouco chateada com aquela situação, primeiro diz-me para escolher e todos os que eu escolhia não serviam!
E enquanto debatia um problema interior, ela chama o senhorzinho da loja e escolhe um peixe da coisa mais simples que há.
Eu nem queria aquele peixe, não gostava dele e ela fez questão de o trazer. Mas eu já sabia que nem valia a pena reclamar, o mal já estava feito.
Inocência das inocências, eu tentava brincar com o peixe mas ele não me gramava mesmo nada.
Quando cheguei a casa, depois de tudo preparado para o peixinho viver bem e feliz, quando a minha mãe foi para a cozinha fazer o jantar, dei-lhe comida.
Vejo o peixe a atacar logo a comida e num instante já não havia qualquer vestígio da mesma.
Senti-me feliz 'o peixe comeu num instante a comida que lhe dei, deve estar cheio de fome' e é então que uma ideia luminosa me assombra e decido dar-lhe ainda mais comida. Ele lá comeu aquilo tudo de uma vez.
Antes de dormir, pensei 'deve estar com fome'. Fui lá dar-lhe novamente comida.
No outro dia acordo a pensar 'tenho de lhe dar comida, deve estar cheio de fome' e qual não foi o meu espanto quando já não há peixe. Quer dizer, haver havia, mas estava a boiar e saltavam-lhe fezes por todo o lado, até pelos olhos (sim, estes já nem estavam lá).
Fiquei horrorizada. A minha mãe prontamente me perguntou se lhe tinha dado muita comida, os peixes só comem uma vez por dia e é pequenas quantidades e bláblá.
Nem consegui falar, sentia-me uma assassina de peixes.
Passado um dia já nem me lembrava do sucedido.
Ainda voltei a ter, mais tarde, mais dois peixes. Em que o máximo de duração de um deles foi de quatro dias. Não sei como, nem porque, morrem todos depressa.
Hoje a minha mãe, na brincadeira, perguntou-me se não gostaria de ter novamente um peixe. Que horror!
Peixes? Nunca mais. Bichos feios. Madiltos!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

" Sexo é pergunta que se faça ? "


É desta que eu morro AHAHAH

Mucho deficiente



Chega mesmo a dar-me vómitos.
Agora já sei o que fazer para evitar pôr os dedos à boca quando é preciso. No fundo, até tem uma certa utilidade.
Dantes dizia "sim" quer me fosse indiferente, quer quisesse exactamente dizer o contrário ou até fosse realmente a minha vontade; agora digo "não" quando, no fundo, queria dizer que "SIM" com todas as minhas forças.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Insónias

Não tenho conseguido dormir nada de jeito desde a semana passada.
A uma certa hora da noite passa-me tudo e mais alguma coisa pela mente, dou voltas e voltas na cama, e não consigo desligar-me dos pensamentos que têm sido sempre os mesmos. Só quando me canso é que consigo, finalmente, adormecer.
Preferia não ter certos pensamentos, aliás, nem devia. Só gostava de conseguir apagá-los do meu inconsciente e, principalmente, consciente durante uns dias.

Hoje é uma dessas noites, como têm sido todas as outras.

quarta-feira, 30 de junho de 2010


Perdi o ritmo. Agora só tenho ido à piscina e estudar é que nada. 
É que já não há mesmo vontade.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Os exames ainda não acabaram mas vão, de certeza, eles acabar comigo.

Eu, tu, ele e ela


O que eu acho mesmo engraçado é aquele casal de namorados que gosta muito de combinar coisinhas com um outro casal de namorados e, assim, irem sempre os quatro juntinhos e bonitinhos fazer tudo e mais qualquer coisa.
Ele é jantar fora ou em casa, é ir ao cinema ou fazer uma sessão de cinema em casa num ambiente muito muito romântico, é ir fazer daqueles piqueniques num jardim ou num campo isolado do mundo, é ir à pesca ou ficar à pesca no sofá, até é ver jogos de futebol e buber umas mines que elas trazem para os seus xuxuzinhos enquanto estas, na cozinha, preparam o marabilhoso petisco e metem mais mines no frigorífico, cheio de fotografias do casal-amigo aos beijinhos e abraçinhos,
É giro.
Um dia destes quero fazer essas coisinhas todas com o meu namorado, o amigo do meu namorado ou meu amigo, mais a namorada dele que é a minha amiga ou amiga do meu namorado.

Que fofinho! Coisinha mais lindinha pá!
Isto, sim, são casais felizes.

E tudo acontece por acaso

Era uma vez uma rapariga que foi a uma festa.
Nessa festa bebeu um bocadinho mais do que é costume, é claro que isso teve consequências mas ela queria acreditar que não, que estava tudo perfeito. E estava. Aliás, para ela não podia estar melhor até porque conseguia ver tudo desfocado (o que às vezes até nem é mau, pois escusamos de ver algumas pessoas nítidas demais) e via o mundo que a rodeava com todas as cores do arco-íris. Pensou "estou feliz". E estava... Mas era bêbeda.
Nessa festa estava tudo vestido a rigor, a música, infelizmente, não era das melhores, o local não era mau, era pior que isso. Mas ela continuava feliz. 
Dançou muito nessa noite, dançou com a amiga, com a amiga da amiga, com o amigo, com o amigo do amigo, com todos os amigos e amigos dos amigos. Conheceu pessoas que dispensava conhecer, mas nem por isso ela se importou, claro.
Quando a maioria das pessoas se foi embora houve algo que permaneceu no seu devido lugar, o bar. 
Sentou-se, sozinha, com um copo na mão e outro na mesa e começou a pensar na vida. 
Nesse momento sentou-se um rapaz, que ainda não tinha conhecido naquela festa por incrível que possa parecer, ao lado dela. Falou, falou, riu, gaguejou, espirrou, bebeu, encostou-se à parede a rir, começou a suspirar, voltou a rir, gritou, levantou-se, voltou a sentar-se, bebeu, fumou, falou, falou. Tudo isto sem a rapariga sequer dar conta do que ele estava a fazer.
Até que ele começou a falar para ela com outro tom. Um tom que não lhe agradou. Então começou a ouvir, embora não quisesse plenamente por acreditar que nada do que pudesse sair daquela boca fosse interessante, mas ouviu ou, melhor, fingiu que ouviu.
Durante o monólogo do rapaz com olhos bonitos, contudo ainda com a cor incógnita, ela começou a pensar nos olhos dele. Eram giros. Ele também, por acaso.
Continuou a estar interessada em apreciar o que ele estava a dizer. Olhou para o cabelo dele, é giro por acaso. Depois foi a boca, também tem o seu encanto por acaso. De seguida foi para as mãos, mãos de menina, pois, mas também são giras por acaso
Assim só mesmo por acaso ela começou a estar mais interessada nele do que na sua conversa.
E lá continuou o monólogo.
A sede apertava. A boca dele estava um pouco próxima. Ele provocava. Mas ela controlou-se. Era boa rapariga não podia beijar um rapaz que não conhecesse tão! Essa agora...
Continuou a olhar para ele. 
Quando já era cedo, já o sol tinha nascido à uns minutos, disse a primeira palavra ao rapaz "Adeus". 
E foi-se embora.
Não o viu durante meses. Até que houve um dia que o viu na escola, aliás, ao portão. 
Lembrou-se que era o tal rapaz que a irritou mas que, por acaso, até era giro. 
Fingiu que não o viu, baixou a cabeça e mexeu na telemóvel como desculpa.
Passado uns tempos, umas semanas, adicionou, a pensar que era outra pessoa, um rapaz no messenger. Na ignorância até foi feliz por breves instantes.
Esse rapaz era 'o tal' rapazinho da festa, do portão da escola e dos olhos bonitos. Meteu conversa com a rapariga. Ela ficou estupefacta, boquiaberta, espantada e tudo o que possa acabar em 'a' ela ficou.
Irritou-se com a arrogância dele. Irritou-se com as coisas idiotas que ele dizia. Irritou-se com o seu egocentrismo. E, por acaso, até se irritou por lhe achar muita piada.
A partir desse dia nunca mais foi a mesma.
Durante uns tempos pensou muito nele, durante outros tempos não queria lembrar-se dele, a seguir desprezou-o, logo de seguida já não o conseguia fazer, até chegou a sonhar com ele, outras vezes teve pesadelos. 
Aquilo não podia continuar assim. Deixou de lhe querer, sequer, falar. Mas ele falava e ela não resistia a responder.
Esteve com ele, por acaso, noutras festas. Desta vez, ela conseguiu falar com ele e este já não dizia (tantas) barbaridades. 
Agora não o pode ver, nem quer. Prefere assim.
Aquele rapazinho da festa não pode entrar na sua vida, se é que não entrou já. Mas não, não entrou. Assim quer ela acreditar.

E, pronto, foram felizes para sempre.